As distantes galáxias,
a via láctea e suas miríades de astros,
o sol que nos ilumina e os planetas mais próximos,
a sequoia de Serralves e as oliveiras do Alentejo,
a lagoa de Óbidos e as serranias do nordeste,
os peixinhos vermelhos nos aquários,
as cidades fervilhadas pelo stresse,
as rosas vermelhas de cetim e perfume de amor,
o Nilo a esconder as lágrimas no Assuão,
as múmias do museu britânico roubadas ao Egipto,
o friso do Pártenon subtraído à acrópole de Atenas,
o mar adentro dos teus olhos,
os filhos desejados, os jogos de toda a sorte,
as viagens imaginadas aos confins do mundo,
as filosofias, as religiões, todas as artes,
D. Quixote, Rocinante, Sancho Pança, Dulcineia,
a ilha dos amores e os deuses,
o cântico dos cânticos,
as montanhas russas virtuais,
Tudo imerso numa onda infinita,
tudo remexe ou repousa, tudo cai ou se eleva,
tudo vagueia sem saber porquê ou para quê.
Tudo procede do nada
e incessantemente se desdobra
nos mais incríveis adejos
em busca do princípio da razão suficiente
na zona da essência do fundamento
que não existe!
Sem comentários:
Enviar um comentário