Vem aí a invasão,
fragmentos de meteoros
fugindo dos buracos negros
desviando-se do nada,
ao arrepio das convenções celestiais.
Irrrompe a música de Wagner,
valquírias montadas nos cavalos alados
elegendo quem vai morrer.
Nós habitantes do planeta lutamos
de batuta na mão regendo a orquestra
da existência fugaz, dos dias coloridos,
das cigarras sonantes e das formigas
silenciosas, dos jardins zoológicos,
das praias calmas e dos mares ansiosos.
Navegamos na ondulação da náusea
até descobrirmos que ninguém nos salva,
irremediavelmente sós.
Na obscura solidão condenamo-nos
à inteira e absoluta liberdade
restam-nos as mãos na estranheza das palmas
e no fervilhar dos dedos que desenham a música
e as palavras silenciosas.
Emergem do nada que é tudo,
manisfestam-se no pontilhar abstrato
das zonas escondidas pelo
balastro das almas,
seguramente só nos completamos
de mãos dadas.
Só o sangue tangendo o sangue
do outro funda a ontologia da vida
e dá alegria aos trabalhos e aos dias.
PS: Música de Wagner
https://www.youtube.com/watch?v=Clg1IbQ7sNY
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