É na terra que os rios são rios, águas passadas, presentes e futuras. Só nela temos a oportunidade de destruir os ídolos porque têm pés de barro. Às vezes sinto-me um cabotino quase silencioso na consciência de que mais do isto não posso ser, dada a minha ignorância e cegueira, por excesso de luz ou por falta dela. Sou um saltimbanco existencial sem rito enquanto Cronos me devora as entranhas na espuma dos sentimentos,
sexta-feira, 30 de dezembro de 2016
cabotagem
É na terra que os rios são rios, águas passadas, presentes e futuras. Só nela temos a oportunidade de destruir os ídolos porque têm pés de barro. Às vezes sinto-me um cabotino quase silencioso na consciência de que mais do isto não posso ser, dada a minha ignorância e cegueira, por excesso de luz ou por falta dela. Sou um saltimbanco existencial sem rito enquanto Cronos me devora as entranhas na espuma dos sentimentos,
terça-feira, 13 de dezembro de 2016
Publicidade e Propaganda - a Grande Manipulação
O discurso
publicitário e o discurso de propaganda política são formas argumentativas
do quotidiano a que quase todas as pessoas estão sujeitas, principalmente
através dos meios de comunicação social, jornais, rádio, televisão e Internet, nomeadamente redes sociais e a blogosfera. Ambos os tipos de
discurso têm por finalidade convencer ou persuadir o auditório. Tanto o
discurso publicitário como o de propaganda política têm intensidades diferentes
ao longo do tempo. Aquele, apesar de diariamente estar presente em muitos
suportes, está fortemente sujeito a fatores como a época do ano, a eventos
sociais e religiosos e a necessidades particulares de grupos específicos de
pessoas, sejam temporárias ou permanentes. Já o discurso de propaganda
política, apesar de parecer que as campanhas políticas são permanentes, pelo
menos nas comunidades de cultura política democrática, pluripartidária ou não,
é mais intenso quando há eleições ou quando surgem casos mediáticos
despoletados pelos mass media ou
outros agentes, como a guerra na Ucrânia, por exemplo, e que entram no domínio público, de tal modo que são integrados
na opinião pública. Estes dois tipos de discurso evoluíram, principalmente a
partir do último quartel do século XX no sentido de uma crescente convergência.
Muitas das técnicas de propaganda política são hoje semelhantes às da
publicidade, vende-se uma ideia, um projeto político-social e mesmo a justificação de uma guerra, como se vende um
produto ou um serviço. Ambos os discursos pretendem ser sedutores e convencer
ou persuadir pela imagem visual ou acústica, de modo a penetrar consciente ou
inconscientemente nos membros dos auditórios respetivos. Na
publicidade o auditório é específico, mas tendencialmente universal, isto acontece cada vez mais também na
propaganda política.
Ambos os discursos podem ser manipuladores na medida em que fazem promessas veladas e jogam com os sentimentos e emoções do público no sentido de controlar comportamentos, seja a aquisição de bens ou serviços, ou a escolha de um projeto social ou de uma ideologia. O discurso publicitário é sempre composto por mensagens curtas associadas a imagem ou som, com pouca informação objetiva, de modo a captar a atenção facilmente. Já o discurso político pode ter mensagens mais extensas, dado que um candidato a uma eleição ou um representante de uma ideologia, por vezes, discursam para auditórios particulares ou para auditórios mais alargados através dos mass media como a TV, durante um tempo muito mais extenso do que qualquer spot publicitário.
Ambos os discursos podem ser manipuladores na medida em que fazem promessas veladas e jogam com os sentimentos e emoções do público no sentido de controlar comportamentos, seja a aquisição de bens ou serviços, ou a escolha de um projeto social ou de uma ideologia. O discurso publicitário é sempre composto por mensagens curtas associadas a imagem ou som, com pouca informação objetiva, de modo a captar a atenção facilmente. Já o discurso político pode ter mensagens mais extensas, dado que um candidato a uma eleição ou um representante de uma ideologia, por vezes, discursam para auditórios particulares ou para auditórios mais alargados através dos mass media como a TV, durante um tempo muito mais extenso do que qualquer spot publicitário.
O que se passa hoje a propósito das guerras, nomeadamente a guerra na Ucrânia, que inunda os ecrãs televisivos a toda a hora e em todos os canais, é também, na maior parte dos casos, pelo que tenho visto e ouvido, imensa manipulação a uma só voz, aparentemente diversa, mas essencialmente repetitiva, que deixa de fora a possibilidade de os cidadãos terem acesso a diferentes perspetivas de análise dos acontecimentos, sendo levados a "concordar" com a perspetiva dominante dos donos das televisões. Não podemos nem devemos, por isso, acreditar em tudo o que nos querem vender. Há, de facto muitas mais guerras e conflitos que decorreram, não há muito tempo e a decorrer, na Síria, na Líbia, no Iémen, na Palestina, etc.. Contudo as nossas televisões praticamente não os mostram, para nos dizerem que só uma importa, aquela que nos mostram, ocultando tudo o resto.
Quase toda gente se diz contra a guerra e muito bem, mas não basta isso, é preciso ir mais além, estudando história, analisando racionalmente os complexos processos que nos conduziram a tudo isto, a partir do maior número de pontos de vista, sem reduzir as explicações a epifenómenos simplistas e maniqueístas. Não é fácil, mas não é impossível.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
Diversidade individual e cultural
A diversidade individual deriva fundamentalmente
da constituição genética, do ambiente em que se vive e da cultura em que se
está imerso. A diversidade cultural resulta principalmente de fatores de
natureza geográfica, ambiental, histórica e também do modo como as culturas se
relacionam umas com as outras. As diversidades individuais e culturais dizem respeito às diferenças entre indivíduos e culturas. Essas diferenças são
positivas na medida em que nos conduzem ao questionamento e à dúvida sobre os
nossos pontos de referência. Esta dúvida resulta do contacto com indivíduos
diferentes e muitas vezes de culturas diversas. Muitos dos nossos problemas,
como os preconceitos, por exemplo, só poderão ser resolvidos se tivermos vivências
e interações com modos de vida, pensamento e ação diferentes dos nossos. A diferença
e a nossa disposição para a observar e escutar, leva-nos à aprendizagem e ao
enriquecimento, o que é essencial para nos transformarmos e mudar positivamente
os contextos em que vivemos.
Nota: Há um Dia Mundial da Diversidade Cultural e para o Diálogo e o Desenvolvimento - 21 de maio de 2022
sábado, 3 de dezembro de 2016
Padrão Cultural Português
O padrão cultural português define-se, em primeiro lugar, como pensamento português, aquela forma de imaginar, dizer ou escrever, comum a todos os portugueses: o exercício da língua portuguesa. Dela faz parte a literatura identitária no seu expoente mais significativo, como Camões, Padre António Vieira, Fernando Pessoa, Eça de Queiroz e Camilo Castelo Branco, José Saramago e António Lobo Antunes, ilustres e esclarecidos representantes da alma portuguesa, António Aleixo, poeta popular, bem como todo o espólio de ditados populares que conhecemos e a linguagem oral espontânea na vivência do dia-a-dia, influenciada pelos símbolos da cultura portuguesa: a bandeira e o hino nacionais, o galo de Barcelos, a torre de Belém, os símbolos relativos ao desporto, principalmente o futebol, a religião dominante, católica, a música, nomeadamente o fado cantando a saudade, a gastronomia mediterrânica e os hábitos alimentares presentes no quotidiano e nas feiras e romarias.
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