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quarta-feira, 13 de abril de 2022

DIA DO BEIJO 13 de abril

 BEIJOS 

 Os beijos são a prova ontológica

da existência da boca e dos lábios.
São pedaços de sonhos
que matam a fome de afeto,
primaveras prometendo as cerejas
e as viagens dos pirilampos em maio,
verões quentes de frescos gelados,
corações acelerados
nos corpos enamorados.
São outonos vivos de laranja e vermelho
enquanto o tempo se vai tornando velho,
invernos de neve branca e pura,
que nos levam a tremer de ternura.
Sem mais delongas, gostaria de concluir,
crendo que é essa a nossa vontade,
fica decretado que é proibido proibir

beijos de amor e de amizade.  

©PR  


Nota:  

Um dos beijos mais célebres e que impregna a nossa cultura, de profunda influência cristã, é o beijo de Judas, como toda a gente sabe. 

Na Bíblia, no evangelho segundo Mateus, capítulo 26, diz-se:  

«E enquanto Jesus falava, eis que Judas, um dos doze, chegou e com ele uma multidão numerosa com espadas e paus, enviada pelos sumos sacerdotes e anciãos do povo. O traidor dera-lhes um sinal, dizendo: “Aquele que eu beijar é ele: prendei-o.” E dirigindo-se de imediato a Jesus, disse: “Saúdo-te, Mestre. E beijou-o. Jesus disse-lhe: “Companheiro, a que vieste?” Então avançaram e deitaram as mãos a Jesus e prenderam-no.» (1) 

É o beijo da traição que levou, mais tarde, Jesus, à crucificação, por isso agora vivemos o tempo da Páscoa. Embora este seja o mais célebre, existem outros que marcaram a história e o nosso imaginário, o beijo de Klimt, o beijo de Rodin, o beijo da Bela Adormecida, o beijo de “E tudo o vento levou”, o beijo de “A dama e o vagabundo”, o beijo de “Titanic”, os beijos de "Cinema Paraíso"...

 

(1) Bíblia, Vol. I, Novo Testamento, Trad. de Frederico Lourenço, 2016, Quetzal, p. 146