jorram flores de sangue
na velocidade do asfalto
nas ruas polidas
nas esquinas vencidas
nos interstícios das palavras
a chuva estranha-se até aos ossos
enregelados de riso sério
na verdade do mistério
como o corvo negro
de queijo branco no bico
tenazmente agarrado
ao ramo efémero da árvore da vida.