Quando o Inverno
não é Inverno e as lágrimas
regam a esperança
por dias melhores,
acabo por me lembrar de ti,
andorinha.
Por ti anseio
como criança desalmada
dançando por mor da chuva,
que desejo e que tarda.
Trarás água, vida e luz
a todas as praças e ruas,
aos nossos corpos inteiros,
aos animais, aos rios,
às florestas, aos mares,
às planícies e às montanhas.
Anunciarás o vento ligeiro,
as flores, as borboletas,
as abelhas e a Primavera.
Contigo virá tanta alegria,
semeando beijos e abraços,
que nos havemos de juntar
irmanados por fortes laços.
Virão rubras rosas e papoilas,
e tantas flores
de tantas outras cores,
que as almas perdidas
de tão coloridas,
se encontrarão
para morrer de amores.