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sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Ano Novo


O ano novo está aí à porta e, 

como sempre, não faltam profetas, 

adivinhos, futuristas, especialistas 

e outros coristas dos paraísos

e dos apocalipses, com máscara ou sem ela,

para nos apontarem o caminho da salvação!

Parece simples encontrar o portal

da felicidade, a janela para o horizonte

onde não há pecado nem sofrimento!

O ano que termina não se eclipsa, 

gravado será na memória universal, 

é tempo, não tem ânsias.

Os anseios são dos corpos 

sôfregos pela realização dos sonhos, 

que num ápice se desvanecem.

E nós, iludidos pelas memórias,

exclamamos, como que desadormecidos, 

já lá vai tanto  tempo!

Onde vive a criança que se perdeu no caminho?

Onde param as lágrimas das despedidas?

Onde mora a epopeia do amor?

Contaremos as doze passas,  

ergueremos as taças de espumante.

Brindaremos de cara lavada e de alma fresca,

contaremos os bons segredos uns aos outros,

aguçaremos o nosso pensamento?

Por que não respeitar  a palavra limpa e polida,

a dança da vida e a paixão do outro?

Talvez pudéssemos  desviar

os maus  augúrios e inventar

um Novo Ano a sério.






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