Páginas

domingo, 27 de setembro de 2020

setembro

Setembro tem nome de número,  sete,

e é o nono porque março já não é o primeiro.

Foi neste mês dos arcanjos que vim ao mundo,

e dos dias dos meus anos de há muitos anos, 

recordo bem dois deles:

quando perfiz nove e quando atingi os doze.

Aos nove, no dia doze, houve direito a bolo 

com pauzinhos de fósforos a imitar as velas

para eu apagar e  parabéns cantados que, no final,

me deixaram num vale de alegria com lágrimas.

Aos doze o ar era quente, o dia claro, antes de almoço,

eu e os meus queridos irmãos,  na apanha das

passas de figo nas terras a que chamavam chãs.

Aparecem uns tios meus à entrada da aldeia, 

vindos da terra dos fenómenos, com a filha

falando, casas hoje os anos, doze a doze, parabéns.

Trago sempre comigo aqueles momentos,

com os meus sete irmãos e a minha mãe 

que andava lá por perto com o meu pai que já morreu.

 Esta memória é uma emoção tão forte que me arrepio todo,

éramos felizes todos juntos e quase não dávamos por isso!



Sem comentários:

Enviar um comentário