O cogito é uma certeza subjetiva expressa na
fórmula “penso, logo existo”. No cogito ou substância pensante encontra-se a
ideia de Deus que é inata. Tal ideia contém os atributos de Deus: é um ser
perfeito, omnisciente, omnipotente, e sumamente bom. A certeza deriva do
caráter inato e a priori das ideias contidas no cogito que são uma espécie de sementes da
ciência colocadas em nós por um Deus verdadeiro, descobertas por intuição. Deus
é, assim, a garantia do mundo e da verdade acerca desse mundo, por intermédio
do cogito. A verdade dos enunciados científicos só é possível, para Descartes,
devido à relação recíproca existente entre o cogito e Deus. Deus criou o mundo
e garante a sua subsistência, ao mesmo tempo colocou no homem a ideia de si
próprio, ser perfeito, e todas as outras ideias inatas, como as matemáticas,
pelas quais se pode produzir ciência que não é mais que o estudo do mundo
decantado pelo pensamento racional.
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