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domingo, 14 de maio de 2017

LIBERDADE

A liberdade é o bom uso do livre-arbítrio. O livre-arbítrio é a possibilidade de escolher entre o bem e o mal. O livre-arbítrio fundamenta-se no inesgotável significado das coisas e é expressão da vontade, a liberdade resulta de uma faculdade a que chamamos razão. O livre-arbítrio caracteriza todo o ser humano, por isso se pode dizer que os humanos, que nem sempre são  livres, têm tendência para tal. Como humano não  escolho contorcer-me quando sinto uma dor aguda fabricada pelo meu cérebro. Não sei se será possível encontrar a origem da dor nem se é exatamente física ou psicológica. A dor pode ser uma contração dos músculos devido a uma combinação provável de sinapses. Não somos, de facto, inteiramente livres, mas temos sempre alguma margem de liberdade nas nossas vidas. O livre-arbítrio faz o mundo interessante e, tal como a arte, é inevitável, torna tudo inaudito e possivelmente maravilhoso. Mas só a liberdade faz de nós verdadeiramente humanos. A liberdade não é viver sozinho, não é estar contra os outros, competir contra os outros para lhes ganhar. A liberdade é ser solidário, é viver e caminhar juntos, é partilhar tudo o que pode ser partilhado, como a riqueza, por exemplo. A liberdade é ser justo e usufruir da justiça, contribuir com o que se pode dar e beneficiar  do que se deve receber. A liberdade é responsabilidade, é respeitar os outros  e as leis que resultam do respeito recíproco de todos por todos. Ser livre é não insultar, não humilhar, não roubar de nenhuma forma, é ser consciente do seu valor, não ter vaidade nem ser invejoso, não querer ser mais do que os outros, não querer nunca ser o dono disto tudo e muito menos de alguém. Ser livre é trabalhar incessantemente contra a escravatura contra a maldade, contra o sofrimento, é não se contentar com pouco do que é humanamente bom. Somos livres quando temos a possibilidade de escolher sem submissão, quando a nossa vontade se pode juntar a milhões de outras vontades insubmissas, por exemplo em eleições. Eleger é escolher; a boa escolha é aquela que mais contribui para a liberdade de todos, para a maior e mais equitativa partilha possível. É isso que pode acontecer no próximo domingo. Por isso eu vou escolher para ser mais livre do que sou e dar o meu simples e pequenino, a minha gotinha de água, mas indispensável contributo, para que haja mais liberdade e mais justiça no mundo, para que a riqueza seja equitativamente distribuída, para que todos tenham ar puro para respirar e água potável para beber, trabalho para produzir, alimento para viver e futuro saudável para quem está agora a nascer.

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