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domingo, 7 de dezembro de 2014

A argumentação no mundo contemporâneo

     No início do século XXI, em que nos encontramos, a argumentação regressa e ao mesmo tempo emerge ou nasce uma nova retórica. Estes fenómenos fundam-se na importância cada vez maior da comunicação. A sociedade já não é a dos séculos passados, caracteriza-se pela proliferação dos meios de comunicação e pela sua mundialização ou globalização. Nunca houve tantos instrumentos técnicos ao dispor para a comunicação: livros, revistas, jornais, telefone, televisão, internet, disponíveis em praticamente todo o lado, tanto nos domicílios como nos locais públicos. As sociedades globalizadas estão cada vez mais imersas num sistema em rede em interdependência crescente, tanto do ponto de vista económico como político ou científico. Assim verifica-se um imenso conjunto de informações cada vez mais acessíveis a cidadãos, a grupos de cidadãos, a instituições de natureza nacional, transnacional e internacional. 
     
    Os lugares privilegiados da nova retórica (retórica enquanto prática comunicativa e retórica enquanto estudo dos novos modos de comunicar) são a vida socioeconómica e a vida política. A complexidade comunicacional cresceu e continuará provavelmente a crescer devido ao aumento exponencial da complexidade das redes de comunicação. 

    A partir da constatação de um mundo comunicacional hipercomplexo e do aumento também exponencial das sub-áreas de atividade científica e das mudanças constantes na ciência, tornou-se necessário considerar que não é possível à ciência tudo explicar. Se ela tudo explicasse, e dado que tem um discurso predominantemente demonstrativo e constringente, não seria necessária a argumentação nem a retórica que vivem da ambiguidade do ser humano e da sua palavra. Um mundo assim hipercomplexo em que a concorrência económica e política se globalizou é um mundo onde o regresso ao debate e à confrontação é eminentemente necessário, por isso, neste mundo contemporâneo a argumentação, cada vez mais diversa, torna-se cada vez mais impreterível.

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