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havia uma caverna
num mundo antigo
no meio de uma cidade
que se chamava república.
em tal concavidade
bruxuleavam chamas
de uma fogueira
que ninguém via,
sem nunca se consumir.
de costas para o lume
agrilhoados de pés e mãos
homens, desde sempre,
olhavam as sombras
de outros homens
que não conheciam
que não existiam,
bonifrates, títeres.
eis que um prisioneiro
se desenvencilhou
das ditas grilhetas
e subiu a íngreme ladeira
e avistou tudo
o que o sol ilumina.
voltou para trás
na ânsia de salvar
os seus companheiros.
mesmo agrilhoados
mataram-no de morte violenta
sem dó nem piedade
como se ele fosse
todo o mal da cidade.
fizeram uma festa,
e assim aconteceu
a alegria da caverna.
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