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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

cinzas

Quarta-feira de cinzas,
cinzentas, místicas,
engendradas a preto e branco,
saudade de arco-íris
num certo espaço da alma
e comistão de todas as cores,
vertigem neuronal do disco de Newton;
efabulações, manifestos no meu espírito,
qual contentamento de criança
a ver o mar pela primeira vez,
ou sentimento de realidade
pintada por Miró;
como se tivesse acabado
de vir ao mundo e, tendo vivido,
renascesse, depois de morrer
no último ato de um sonho
instituído por um génio maligno
destilando surtos e quarentenas.
Mais do que isto,
é a vida tão colorida,
como a Fénix Renascida.
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Foto: Bestiário de Aberdeen (1200 d C)



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