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terça-feira, 6 de outubro de 2020

outubro

setembro mais um, outubro,

literalmente, como agora tanto se diz,

e faz-me pensar, talvez por estranheza ou espanto, 

num animal de oito braços bem fortes

que se mostra da cor do outono quando quer,

espalha tinta em autodefesa, 

pinta como um artista, 

escreve como um poeta

sem esqueleto e sem forma definida

edificando o seu mundo 

de olhos humanos e bico quitinoso,

ostentando uma grande cabeça,

humano demasiado humano, 

perguntando, e se neste mês eclodisse

uma revolução que destruísse o pecado,

varresse a culpa  e apagasse  o ressentimento do mundo?











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