a bater contra a vidraça
investindo na insónia da luz
quem me dera ser crisálida
infinitamente e sonhar
apenas o sono ardente
de quem não sente o sentimento
de quem não sofre o sofrimento
afogado no mar da infância
na inocência de ser feliz
como o gato deitado ao sol
de patas esticadas nas promessas
de não ter futuro, passado ou presente
tempo em que acordava cedinho
e descia pelos carreirinhos das encostas
a observar os pássaros e as libélulas
cantando a terra, sibilando o arco-íris
e por osmose diluía-me no nirvana do universo.
Sem comentários:
Enviar um comentário