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quinta-feira, 17 de abril de 2014

osmose

sou uma borboleta na noite
a bater contra a vidraça
investindo na insónia da luz
quem me dera ser crisálida 
infinitamente e sonhar
apenas o sono ardente
de quem não sente o sentimento
de quem não sofre o sofrimento
afogado no mar da infância
na inocência de ser feliz
como o gato deitado ao sol
de patas esticadas nas promessas
de não ter futuro, passado ou presente
tempo em que acordava cedinho
e descia pelos carreirinhos das encostas
a observar os pássaros e as libélulas
cantando a terra, sibilando o arco-íris
e por osmose diluía-me no nirvana do universo.


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