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quarta-feira, 30 de abril de 2014

elementos

envelhecemos com a vida a rasteirar-nos
as palavras que jamais salvarão o mundo
a poesia não salva ninguém 
progride na inevitabilidade
da negação de todas as possibilidades
vivemos morrendo aos poucos
nada  nem ninguém nos salvará
do precipício final que nos aguarda
a prosa poética e a poesia infinita
cantam a solidão e o absurdo
levam-nos a apanhar chuva
sem enregelarmos e a sentirmos frio
com um sorriso de espanto
perante o mistério tão belo e tão verdadeiro
como o pintassilgo cantante da primavera
de plumas vivas, verdes, amarelas, vermelhas
saltando de ramo em ramo na árvore 
feita de terra, água, ar e fogo.

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