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domingo, 2 de novembro de 2025

Palavras

As palavras andam por aí,

às vezes conseguimos apanhá-las

mas não somos os seus donos.

Quem as inventou permitiu-nos 

que as pedíssemos emprestadas

sem pagar juros, com a condição

de as partilharmos, ouvindo, dizendo,

lendo, escrevendo, publicando. 

Mas, tal como na natureza, 

nas palavras não há maldade nem bondade,

nem beleza nem fealdade.

Se parecem belas é porque nos aprazem,

se denotam crueldade é porque nos fazem sofrer.

As palavras dialogadas são talvez as mais sublimes,

com elas se reconhece a igualdade, 

a liberdade e a fraternidade.

Com elas se fabricam as perguntas

da constante mudança investigativa,

desentendimentos, concordâncias,

espinhos, flores, cores e amores.

Se as guerras não passassem de polémicas

e de jogos de palavras 

teríamos um mundo muito mais a sério,

com mais bem, menos mal, sem império. 




 

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