Abril de novo
pela força do povo
a lutar pela liberdade.
Cravos vermelhos
não se fazem velhos,
trazem consigo a verdade.
São o sentido mais puro,
o amor fraternal,
agora e no futuro
num imenso Portugal.
domingo, 29 de outubro de 2023
Vida
A vinda de cada um ao mundo não foi por si decidida, ninguém pediu para nascer, o princípio da existência de cada ser humano deve-se a razões extrínsecas a ele próprio.
Continuar a viver e como fazê-lo já é outra história. É preciso crescer, é preciso aprender. Ninguém aprende sozinho, ninguém cresce só.
À parte isso, quase tudo devemos ao pai e à mãe, foi deles a incomensurável coragem de nos trazer ao mundo e de nos incentivar a caminhar na urgência da vida.
Homenagear os nossos pais é seguir-lhes os trilhos e imitá-los ancorados nos mesmos princípios: paz, liberdade, amor.
Assim estará garantida, do que humanamente depender, uma vida boa para todos. Haverá amizade, respeito, trabalho sem alienação, partilha das riquezas sociais, económicas, culturais e muitas e longas vidas saudáveis e felizes.
Nenhuma vida será perfeita, com certeza, mas nenhuma será uma vida perdida.
Continuar a viver e como fazê-lo já é outra história. É preciso crescer, é preciso aprender. Ninguém aprende sozinho, ninguém cresce só.
À parte isso, quase tudo devemos ao pai e à mãe, foi deles a incomensurável coragem de nos trazer ao mundo e de nos incentivar a caminhar na urgência da vida.
Homenagear os nossos pais é seguir-lhes os trilhos e imitá-los ancorados nos mesmos princípios: paz, liberdade, amor.
Assim estará garantida, do que humanamente depender, uma vida boa para todos. Haverá amizade, respeito, trabalho sem alienação, partilha das riquezas sociais, económicas, culturais e muitas e longas vidas saudáveis e felizes.
Nenhuma vida será perfeita, com certeza, mas nenhuma será uma vida perdida.
Dia do abraço
Com o andamento do tempo
e as voltas que a vida dá,
como borboleta em fuga
vou perdendo escamas
por entre os cardos do campo
numa aflição de querer viver
enfrentando as ondas
de um inóspito mar de vento.
A realidade apanha-me de soslaio,
desequilibrado fico, e só não caio
porque alguém me encontrou
e com um abraço me salvou.
e as voltas que a vida dá,
como borboleta em fuga
vou perdendo escamas
por entre os cardos do campo
numa aflição de querer viver
enfrentando as ondas
de um inóspito mar de vento.
A realidade apanha-me de soslaio,
desequilibrado fico, e só não caio
porque alguém me encontrou
e com um abraço me salvou.
Crianças
São crianças,
correm, saltam, riem,
dançam à chuva,
chapinham desalmadamente
nas poças de água,
tudo têm por natural,
aquém e além do bem e do mal.
Brincam aos médicos e enfermeiros,
aos professores, aos pais e às mães,
aos super-heróis, aos irmãos,
aos agricultores, aos poetas.
Anseiam por crescer
para serem
astronautas, polícias, bombeiros,
pilotos de fórmula um,
maestros da banda filarmónica,
advogados dos desvalidos.
Têm o mundo a seus pés,
são príncipes e princesas,
fadas e gnomos,
espadachins surpreendendo
monstros nas florestas encantadas.
Dançam de roda de mãos dadas,
jogam ao pião, ao berlinde,
ao salta carneiro,
ao mata, às escondidas.
Transportam repetidamente
o balde de água do mar
e lançam-na sem desistir,
na areia da praia.
As crianças são a poesia
em movimento, a seiva das plantas,
o bom vento, a fragrância das flores,
a alma do mundo,
as cores combinadas do arco-íris.
Brincando laboriosamente em todo o lado,
semeiam, numa inocência eficaz,
o futuro, a vida, a liberdade e o amor.
correm, saltam, riem,
dançam à chuva,
chapinham desalmadamente
nas poças de água,
tudo têm por natural,
aquém e além do bem e do mal.
Brincam aos médicos e enfermeiros,
aos professores, aos pais e às mães,
aos super-heróis, aos irmãos,
aos agricultores, aos poetas.
Anseiam por crescer
para serem
astronautas, polícias, bombeiros,
pilotos de fórmula um,
maestros da banda filarmónica,
advogados dos desvalidos.
Têm o mundo a seus pés,
são príncipes e princesas,
fadas e gnomos,
espadachins surpreendendo
monstros nas florestas encantadas.
Dançam de roda de mãos dadas,
jogam ao pião, ao berlinde,
ao salta carneiro,
ao mata, às escondidas.
Transportam repetidamente
o balde de água do mar
e lançam-na sem desistir,
na areia da praia.
As crianças são a poesia
em movimento, a seiva das plantas,
o bom vento, a fragrância das flores,
a alma do mundo,
as cores combinadas do arco-íris.
Brincando laboriosamente em todo o lado,
semeiam, numa inocência eficaz,
o futuro, a vida, a liberdade e o amor.
Dia de Portugal
O Adamastor é uma figura mitológica do poema épico "Os Lusíadas", de Camões. No contexto do poema o Adamastor, diz-se, representa uma personificação do cabo das Tormentas (mais tarde chamado Cabo da Boa Esperança), um dos obstáculos e medos enfrentados pelos navegadores portugueses durante as suas explorações marítimas.
"O Mostrengo" é um dos poemas mais conhecidos da obra "Mensagem" de Fernando Pessoa. Neste poema, "O mostrengo" pode representar uma figura alegórica que simboliza o medo, os desafios e as adversidades enfrentadas pelo povo português ao longo da sua história.
Depois do alerta destes dois génios da literatura portuguesa, Camões e Pessoa, que nunca é demais ler e reler, o que falta fazer para nos realizarmos como Povo numa autêntica comunidade de igualdade, fraternidade e liberdade? O que é necessário para cumprir Portugal?
"O Mostrengo" é um dos poemas mais conhecidos da obra "Mensagem" de Fernando Pessoa. Neste poema, "O mostrengo" pode representar uma figura alegórica que simboliza o medo, os desafios e as adversidades enfrentadas pelo povo português ao longo da sua história.
Depois do alerta destes dois génios da literatura portuguesa, Camões e Pessoa, que nunca é demais ler e reler, o que falta fazer para nos realizarmos como Povo numa autêntica comunidade de igualdade, fraternidade e liberdade? O que é necessário para cumprir Portugal?
A arte espanta
A arte espanta, martela,
quebra, estilhaça, desconstrói,
reconstrói, vivifica.
Pela arte entra-se no mais pregnante
processo de valorização da vida.
Arte e vida podem, por isso,
identificar-se em muitos momentos
da existência de qualquer ser humano.
quebra, estilhaça, desconstrói,
reconstrói, vivifica.
Pela arte entra-se no mais pregnante
processo de valorização da vida.
Arte e vida podem, por isso,
identificar-se em muitos momentos
da existência de qualquer ser humano.
14 de julho
Hoje há tanta claridade
no ar e um azul tão solto
e inconfundível
que sou dado a sentir,
a partir do verde movimento
dos braços das árvores,
o brilho e a obscuridade,
como ideias que me fustigam.
Assim nasce-me
a vontade de ler palavras
que nunca li
e de ver paisagens
que nunca vi,
só para fruir o jogo de luz e sombras
e atingir o cansaço alegre
das crianças quando decidem
finalizar o jogo do sério.
no ar e um azul tão solto
e inconfundível
que sou dado a sentir,
a partir do verde movimento
dos braços das árvores,
o brilho e a obscuridade,
como ideias que me fustigam.
Assim nasce-me
a vontade de ler palavras
que nunca li
e de ver paisagens
que nunca vi,
só para fruir o jogo de luz e sombras
e atingir o cansaço alegre
das crianças quando decidem
finalizar o jogo do sério.
AMIGO
Para ti há sempre
pão quente, queijo
e doce de mirtilos,
melão com presunto,
vinho branco fresco,
cerejas, pêssegos e melancia;
são víveres que apreciamos.
Procuro uma taça
para guardar
todos esses sabores
com um abraço infinito.
É a taça da amizade,
encontrei-a,
segura-a com cuidado,
meu amigo.
É feita do desequilíbrio
necessário e suficiente
dos ângulos das nossas vidas,
das desventuras partilhadas,
das surpresas conquistadas.
Guarda-a como um tesouro,
tem lá dentro a interseção
das nossas memórias
e o nosso sangue a pulsar
alegria para toda a eternidade.
pão quente, queijo
e doce de mirtilos,
melão com presunto,
vinho branco fresco,
cerejas, pêssegos e melancia;
são víveres que apreciamos.
Procuro uma taça
para guardar
todos esses sabores
com um abraço infinito.
É a taça da amizade,
encontrei-a,
segura-a com cuidado,
meu amigo.
É feita do desequilíbrio
necessário e suficiente
dos ângulos das nossas vidas,
das desventuras partilhadas,
das surpresas conquistadas.
Guarda-a como um tesouro,
tem lá dentro a interseção
das nossas memórias
e o nosso sangue a pulsar
alegria para toda a eternidade.
NATUREZA MORTA
As frutas adormecidas
no baloiço do tempo
serão tragadas
numa hora desconhecida
e a fruteira restará vazia.
Não têm sistema nervoso
mas sim casca como pele.
Nasceram, vivem e morrerão,
tal como nós, dentro da película fina
ou cascuda que nos envolve.
Cumpre-se a natureza
enquanto nós, como jovens
a tentar mudar o mundo,
esgrimimos argumentos
como D. Quixote
a enfrentar gigantes.
À parte isso, com ou sem vontade,
só nos temos uns aos outros
para cumprir naturalmente
a humanidade.
no baloiço do tempo
serão tragadas
numa hora desconhecida
e a fruteira restará vazia.
Não têm sistema nervoso
mas sim casca como pele.
Nasceram, vivem e morrerão,
tal como nós, dentro da película fina
ou cascuda que nos envolve.
Cumpre-se a natureza
enquanto nós, como jovens
a tentar mudar o mundo,
esgrimimos argumentos
como D. Quixote
a enfrentar gigantes.
À parte isso, com ou sem vontade,
só nos temos uns aos outros
para cumprir naturalmente
a humanidade.
LUA CHEIA
Ouvi dizer,
olha a Lua,
cresceu e agora está cheia.
Ao vê-la assim,
fico com a consciência
cheia de Lua
e isso apraz-me.
Quando era menino
disseram-me que a Lua
era mentirosa.
Não queria acreditar
porque não via lógica
na Lua como causa
e autora da mentira.
Ainda acho
que a Lua é verdadeira,
por isso identifico-a
com a verdade
e vejo-a a sorrir,
ao contrário
do que me diziam.
E apetece-me proclamar,
Lua como és bela,
leva-me contigo a passear
por esse universo fora
e a juntar o amor
e todos os sorrisos
do mundo para derrotar
de uma vez por todas,
o ódio, a perfídia e a mentira.
olha a Lua,
cresceu e agora está cheia.
Ao vê-la assim,
fico com a consciência
cheia de Lua
e isso apraz-me.
Quando era menino
disseram-me que a Lua
era mentirosa.
Não queria acreditar
porque não via lógica
na Lua como causa
e autora da mentira.
Ainda acho
que a Lua é verdadeira,
por isso identifico-a
com a verdade
e vejo-a a sorrir,
ao contrário
do que me diziam.
E apetece-me proclamar,
Lua como és bela,
leva-me contigo a passear
por esse universo fora
e a juntar o amor
e todos os sorrisos
do mundo para derrotar
de uma vez por todas,
o ódio, a perfídia e a mentira.
AGOSTO
Os rios choram paulatinamente,
os lagos sofrem todas as suas imagens,
as gaivotas pensam o sacrifício dos peixes,
as feras sonham com as suas presas,
os vulcões esperam pacientemente
pela hora de expelir a lava ardente,
os marinheiros alimentam a expetativa
dos ventos alísios e do seu ímpeto
de leste para oeste
à procura de um mundo novo.
Em agosto toda a fruta tem gosto,
não percamos da vida a esperança,
depois da tempestade há-de vir a bonança.
os lagos sofrem todas as suas imagens,
as gaivotas pensam o sacrifício dos peixes,
as feras sonham com as suas presas,
os vulcões esperam pacientemente
pela hora de expelir a lava ardente,
os marinheiros alimentam a expetativa
dos ventos alísios e do seu ímpeto
de leste para oeste
à procura de um mundo novo.
Em agosto toda a fruta tem gosto,
não percamos da vida a esperança,
depois da tempestade há-de vir a bonança.
GATOS
Meigos e selvagens,
assertivos e determinados,
altivos e fofinhos,
os gatos, joias da criação,
merecem toda a admiração.
Quando os alcanço ao sol
no tom da sua calma,
usufruo da argúcia
dos seus finos olhares.
Se não são felizes, parecem-no,
por isso gostamos deles,
respeitam-nos sem ressentimentos,
não nos cobram tristezas
e fazem-se respeitar
mais do que alguns humanos,
por isso têm sete vidas
e nós só temos uma.
assertivos e determinados,
altivos e fofinhos,
os gatos, joias da criação,
merecem toda a admiração.
Quando os alcanço ao sol
no tom da sua calma,
usufruo da argúcia
dos seus finos olhares.
Se não são felizes, parecem-no,
por isso gostamos deles,
respeitam-nos sem ressentimentos,
não nos cobram tristezas
e fazem-se respeitar
mais do que alguns humanos,
por isso têm sete vidas
e nós só temos uma.
FOTOGRAFIA
Pelos nossos olhos passam imagens,
verdadeiras ilusões de óptica,
não são uma cópia
perfeita da realidade
mas permitem-nos entrar
no mundo dos sonhos.
São estes que nos garantem
as surpreendentes viagens
da vida e as emoções,
tanto as fáceis como as difíceis,
que configuram a nossa essência.
verdadeiras ilusões de óptica,
não são uma cópia
perfeita da realidade
mas permitem-nos entrar
no mundo dos sonhos.
São estes que nos garantem
as surpreendentes viagens
da vida e as emoções,
tanto as fáceis como as difíceis,
que configuram a nossa essência.
FUNDAMENTO
As galáxias e suas miríades de astros,
o Sol que nos ilumina, os planetas,
a sequoia de Serralves, a planície Alentejana,
as águas do Nilo, lágrimas do Assuão,
as múmias do museu britânico roubadas ao Egipto,
o friso do Partenon subtraído à acrópole de Atenas,
a pedra de roseta do império otomano,
os filhos desejados, os jogos de toda a sorte,
as viagens reais e imaginadas aos confins do mundo,
as filosofias, as religiões, todas as artes,
D. Quixote, Rocinante, Sancho Pança, Dulcineia,
os Lusíadas, a ilha dos amores e os deuses,
o Adamastor, o velho do Restelo,
o bíblico cântico dos cânticos,
as montanhas-russas reais e virtuais,
a quinta sinfonia em dó menor
o Sol que nos ilumina, os planetas,
a sequoia de Serralves, a planície Alentejana,
as águas do Nilo, lágrimas do Assuão,
as múmias do museu britânico roubadas ao Egipto,
o friso do Partenon subtraído à acrópole de Atenas,
a pedra de roseta do império otomano,
os filhos desejados, os jogos de toda a sorte,
as viagens reais e imaginadas aos confins do mundo,
as filosofias, as religiões, todas as artes,
D. Quixote, Rocinante, Sancho Pança, Dulcineia,
os Lusíadas, a ilha dos amores e os deuses,
o Adamastor, o velho do Restelo,
o bíblico cântico dos cânticos,
as montanhas-russas reais e virtuais,
a quinta sinfonia em dó menor
opus sessenta e sete de Beethoven.
Tudo parece imerso numa onda infinita,
tudo mexe e remexe e repousa, tudo cai ou se eleva,
tudo vagueia sem saber porquê ou para quê.
Tudo procede do nada
e incessantemente se desdobra
nos mais incríveis adejos
em busca do princípio da razão suficiente.
Como é estranho, admirável e fascinante
este mundo, nele podemos erguer as taças
em honra do amor e da amizade,
fundamentos de tudo e da sua finalidade.
Tudo parece imerso numa onda infinita,
tudo mexe e remexe e repousa, tudo cai ou se eleva,
tudo vagueia sem saber porquê ou para quê.
Tudo procede do nada
e incessantemente se desdobra
nos mais incríveis adejos
em busca do princípio da razão suficiente.
Como é estranho, admirável e fascinante
este mundo, nele podemos erguer as taças
em honra do amor e da amizade,
fundamentos de tudo e da sua finalidade.
OUTUBRO
OUTUBRO
Setembro mais um é outubro,
o que nos pode fazer pensar
no oitavo mês do calendário romano,
num animal de oito braços
que se mostra na cor do outono,
de olhos argutos e bico quitinoso,
de grande cabeça, sem esqueleto
que o defina.
Espalha a sua tinta quando quer,
pinta como um artista,
escreve como um poeta,
edifica o seu mundo
quase humano, perguntando,
e nós com ele, (por que não?) :
e se neste mês eclodisse
uma revolução
que destruísse o pecado,
varresse a culpa
e apagasse todo o ressentimento
do mundo?
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