Ao procurar, anos a fio,
compreender o universo,
desemboquei, sem perder a esperança
por dias melhores,
num certo nada que me entorpece.
Sinto-me como um rio
que desagua no deserto
barateando o lucro existencial
às escondidas do mundo.
Por isso ainda falo
para a criança de mim,
infante e crédula,
apaixonada pelo mundo.
apaixonada pelo mundo.
Onde ficou a vida que trocavas
pelo sorriso dos outros
e pela morte fingida
nos jogos de índios e cobóis?
Onde mora a tua antiga
e absoluta liberdade?
Era tudo tão verdadeiro,
deitada no feno,
inscrevias a vida
nas nuvens passageiras
enquanto escutavas canções de amor
no murmúrio imediato dos arroios.
Como era simples e tão puro
aquele tempo, presente
sem passado nem futuro.
Sem comentários:
Enviar um comentário