à noite quando medito as rosas
abre-se-me o sal da tua língua
encontro em cada pétala o gosto
do cálido sofrimento dos dias
à noite quando as folhas
da roseira namoram
vejo a clara luz das manhãs
e o vento amassando as águas
à noite quando o suor sofrido
teima em não fugir por omissão
bebo dos teus olhos água viva
e mato a sede das mãos
à noite, quando percorremos
a série de outras vidas
sinto o coração nas nuvens frescas
batendo asas para o infinito
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