Páginas

domingo, 14 de outubro de 2012

político-social

sentimos os murros no estômago
da realidade político-social:
os neurónios lutam entre si
na ânsia da vingança da fome,
a revolta encontra-se à solta,
as pilhas alcalinas do fígado aquecem
na iminência do curto-circuito
que há-de abalar todos os vilões.
a vida é só uma, e mesmo no fio da navalha,
não no-la hão-de ladrar, os tinhosos.
a alma do povo é grande,
as unhas dilacerantes e retorcidas
serão arrancadas a sangue quente.
o tempo não é de calmarias,
é de raiva lúcida, de beijos fulminantes,
de abraços paralisantes,
de infatigável jogo de belas
contra verdadeiros monstros.
cantos, vozes, gritos, rufar de tambores,
armas pacíficas que dão ataques de caspa.
talvez a guerra, se vier pois que venha.
por que não hão-de os infortunados
defender a sua prole? 
não será uma lei natural?
alguém já venceu as forças da natureza?

Sem comentários:

Enviar um comentário