Num sonho maduro,
em que há uma luz bruxuleante
a iluminar a alma e a dar
alegria ao coração,
irrompem as tuas mãos
na madrugada sem fronteiras,
desgranando romãs vivas
na mesa onde nos sentamos
para partilhar os despojos do dia.
O tempo bravio não dá tréguas,
o vento suão desafia a resistência,
e esta nossa força,
mesmo cansada,
vence a secura agreste
que nos quis tisnar a pele.
Continuamos a regar as plantas,
a olhar para elas,
a vê-las a crescer e a sorrir
assertivamente, na sua luta
que é também a nossa.
Por isso elas cuidam de nós
e nós delas, sempre e sempre,
como é natural, até ao merecido
momento em que as mãos se dão.
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