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terça-feira, 18 de junho de 2024

No fim do dia


Num sonho maduro,

em que há uma luz bruxuleante

a iluminar a alma e a dar

alegria ao coração,

irrompem as tuas mãos

na madrugada sem fronteiras,

desgranando romãs vivas

na mesa onde nos sentamos

para partilhar os despojos do dia. 

O tempo bravio não dá tréguas,

o vento suão desafia a resistência, 

e esta nossa força, 

mesmo cansada,

vence a secura agreste

que nos quis tisnar a pele.

Continuamos a regar as plantas,

a olhar para elas,

a vê-las a crescer e a sorrir 

assertivamente, na sua luta

que é também a nossa.

Por isso elas cuidam de nós 

e nós delas, sempre e sempre,

como é natural, até ao merecido

momento em que as mãos se dão.



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